lacuna
e ai que a sensação que eu tenho é a mesma, como se o filme estivesse sendo reprisado na sessão do horror. Como explicar que a minha vontade flutua entre aquilo que é insano e coerente fazer? Como explicar meu medo? No fundo, eu não sei.
estanque
A 1.440m. de altitude, eu perco o mundo de vista na imensidão que existe dentro.
Enquanto que fora é fácil saltar de si no limite da montanha, ouvir seu eu repetido no som que ecoa, imaginar o caminho de escolhas que acolhem a lágrima no frio da noite.
E, em 360º de horizonte, por crença ou ilusão de ótica, nunca mais ser o mesmo.
Um silêncio de perdas e pedras que surge escrito nas entrelinhas das despedidas...
Letras que só acredito vendo.
primeira linha
expressar, manifestar, revelar, significar...
deveria ser tão simples quanto fazer as luzes piscarem no natal
sumiço
é que estou cuidando das flores do meu jardim...
me enche de palavras, sorrisos e carinho e por hora tudo isso me basta.
me enche de palavras, sorrisos e carinho e por hora tudo isso me basta.
não compreendo
Eu jamais vou conseguir. (Que triste...)
Era pra ser tão diferente.
...Não sei o que o senhor quer de mim
Era pra ser tão diferente.
...Não sei o que o senhor quer de mim
catálogo
Hoje no meio do silêncio do dia eu fiz um apanhado histórico de todas as minhas cicatrizes. Um caminho que percorri dentro do passado que vive no presente de mim.
Foi falta de medo ou de atenção, falta de cuidado ou qualquer precaução. Pode ter sido falta de experiência e uma porção de curiosidade, vontade de ir adiante e testar o desconhecido.
Foram portas estreitas, garras afiadas, para-choques à céu aberto, muros destruídos, cacos de vidro, plástico em chamas, lâminas e bisturis.
É o risco que corremos enquanto a máquina está viva. Marcas que carregam fatos, fatos que deixam marcas. O corpo sente mas regenera e reconstrói sua fortaleza.
primeiro passo
É o tempo da travessia
E se nao ousarmos fazê-la
teremos ficado... para sempre...
À margem de nós mesmos"
F. Pessoa
teremos ficado... para sempre...
À margem de nós mesmos"
F. Pessoa
XVIII.X
"vim ao mundo aos berros, ensanguentada, em destroços.
depois ensinei o olhos a ver, os ouvidos a ouvir, as mãos a reconhecer, a boca a saborear, e o resto a intuir auras
"
Pedro Novo
abafado
Tem dias que o cinza está dentro da gente. E vem sempre às quintas-feiras. Hoje é assim, semana passada também e a outra também e tem sido assim.. uma insistência mais que recorrente.
Me incomoda tanto.
É um silêncio que não deveria existir, são palavras que não tem vontade de sair. Parece que não me conheço. Me estranho no espelho, no que penso, no que reajo. Não me encontro. Todos os vãos são maiores, todos os casos mais difíceis, todas as vias inacessíveis. Todas as pessoas mais ausentes, desencontros mais presentes
e eu, ali.. aqui.. espaçada.
Como se todas as dores fossem mais doidas, as soluções menos deferidas. Parece frescura do ângulo que você olha.. Vejo a mesma coisa também. (talvez eu precise de um motivo, um único, pequeno o suficiente para pedir arrego.)
Então tudo venta e chove ... uma enxurrada.
De repente o céu limpa.
Temporariamente.
Adaptação
No equilíbrio entre a Assimilação e Acomodação o ser humano aprende e se desenvolve.
Tudo sempre assim, desde os primeiros gestos e as primeiras palavras até sua mais recente conquista. O ser humano remodela e reorganiza o ambiente tornando-o favorável aos seus intuitos e aos poucos vai dominando qualquer mundo que anteriormente parecia intransponível.
O homem fala ao celular e fala demais, sorri para a webcam disfarçando a angústia do peito. Ele constrói pontes que nem sempre consegue (ou quer) cruzar.
O homem quer conectar espaços para assim poder lançar-se sobre eles. Uma máquina abrindo clareira na paisagem densa do outro.
O homem brinca e invade o desconhecido e não é capaz de conhecer a si próprio. Ele imagina situações, reage e sofre como se elas fossem verdadeiras.
Nem sempre o homem é verdade.
(...)
Tudo sempre assim, desde os primeiros gestos e as primeiras palavras até sua mais recente conquista. O ser humano remodela e reorganiza o ambiente tornando-o favorável aos seus intuitos e aos poucos vai dominando qualquer mundo que anteriormente parecia intransponível.
O homem fala ao celular e fala demais, sorri para a webcam disfarçando a angústia do peito. Ele constrói pontes que nem sempre consegue (ou quer) cruzar.
O homem quer conectar espaços para assim poder lançar-se sobre eles. Uma máquina abrindo clareira na paisagem densa do outro.
O homem brinca e invade o desconhecido e não é capaz de conhecer a si próprio. Ele imagina situações, reage e sofre como se elas fossem verdadeiras.
Nem sempre o homem é verdade.
(...)
o ontem
Passei por ruas que eu não transitava desde que você veio morar em minha vida. Uma sensação estranha ao ver que as casas continuam silenciosas e vazias e que as pessoas precisam, por opção ou imposição, ocupar-se com afazeres vãos.
inesperadamente
me inspiro, me descubro, me visto e me desnudo da poesia que vem de você. estrofes abertas em sorrisos no tocante das coisas que te cercam de mim. rimas de abraços dados na cadência do dia-a-dia.
latente
é como se eu quisesse procurar algo que já sei não encontrar.
e foi a noite toda assim. incessante.
e foi a noite toda assim. incessante.
sortido
Você sabe o que é a felicidade meu bem?
A felicidade é a menina saltitante dos olhos da gente que enxerga o colorido de coisas diferente.
E a felicidade a gente expressa como?
Ela está misturada na confusão que se instala, dentro do pensamento que ainda não se contou. Naquele melhor abraço do mundo. Junto com os sorrisos mais espontâneos. Na ponta dos dedos que correm em vai-e-vem na pele. Em encontros desajeitados. Escondida em palavras que dizem nada e olhares que dizem tudo.
A felicidade mora onde então?
Em qualquer canto do lado de cá e do lado de lá que une a gente.
De repente.
De repente.
amanhece
Hoje eu acordei assim, lembrando...
Existe um sorriso que eu deixei para você.
Algumas coisas divididas que jamais foram reiteradas.
Existe talvez uma saudade insistente.
Algumas dúzias de palavras trocadas sem dizer-se nada.
Pares de abraços juntos.
Ai resolvi te escrever. Dizer que o que passa simplesmente passa, mas reserva na gente um espacinho que fica até a gente se encontrar qualquer dia.
Por acaso.
me conta
Escrever memórias é o que mais a gente sabe fazer, talvez por ser experienciado, talvez porque dá muito trabalho criar uma história para contar. Eu já tentei inventar uma história, confesso. Mas eu desisti de prosseguir quando ela virou passado. Uma inversão desconexa da vida, de fato.
E o que foi aquilo ontem?
acordei Amélia
... e Amélia acha engraçado tudo o que não é amaciante só porque faz bem testar a vida com desinfetante ...
aff
aff
então pensa
Existe uma grande distância em 15 passos. O fato é que não tenho paciência para seguir o caminho ou me falta coragem para deixar o caminho me seguir..
(?)
(?)
ô cumpadre
a gente mede o tempo de várias formas. relógio, peso, páginas, datas, palavras, rugas... mas a saudade a gente só mede quando a foto desbota e seu abraço ficou um ano prá tras...
Desvendar
é a mim que ele enxerga.
é naquilo que eu falo, naquilo que eu rasgo e tudo aquilo que eu entrego. com o que eu sou ele quer tocar o céu, as águas, arranha céus, pele, almas. por mim que seus sorrisos nascem, desatentos, em desalinho, com coragem de olhar para tras. é comigo que ele constrói chão, teto, vontade e todo o resto.
é naquilo que eu falo, naquilo que eu rasgo e tudo aquilo que eu entrego. com o que eu sou ele quer tocar o céu, as águas, arranha céus, pele, almas. por mim que seus sorrisos nascem, desatentos, em desalinho, com coragem de olhar para tras. é comigo que ele constrói chão, teto, vontade e todo o resto.
Poesia. Palavra. Escrita. Cantada.
Eu sou (por) Você, todo dia!
(22/01)
(22/01)
pensamento
...e no final do dia é como se alguém dissesse que nenhuma pessoa merece carregar tão pesados fardos. A única resposta foi de que simplesmente a vida se en-carrega...
quanto engano
não agradecemos porque pensamos que é a obrigação do outro fazer por nós. e agora que já passou fica um segundo mais difícil olhar e dizer "obrigado".
ou não...
Eu queria manter um registro visível de tudo quanto e tanto acontece.
Seria eu em meia linha e uma vida inteira.
Seria eu em meia linha e uma vida inteira.
o que eu vejo
onde você está no fim de um dia exaustivo?
exatamente onde queria estar.
é tão bom olhar ao redor...
exatamente onde queria estar.
é tão bom olhar ao redor...
astronave
Às vezes o sonho da gente toma formas inusitadas. Eu vejo cores, paredes, discursos, concreto, nomes, sorrisos e decisões. O futuro está logo ali.
...e ainda me dá medo.
parece fácil
ele: é engraçado entender a personalidade das pessoas.
ela: do que está falando?
ele: de você.
ela: uh?
ele: você não sabe pedir. Peça! não é porque algumas pessoas não colaboram, se negam a te ajudar que todas serão assim. peça.
ela: (esconde as lágrimas debaixo do óculos de sol em silêncio)
ele: Peça. eu estou aqui para te ajudar.... Sempre!
Datas
As palavras nem sempre dizem o que querem dizer. O silêncio cala mais alto, e dói mais fundo. Que você sempre tenha voz pra dizer ao mundo suas vontades, sejam certas ou incertas. Teu caminho é aquele que escolhestes pra ti. Ande sem olhar para o que para trás ficou. Que a sorte seja tua companheira fiel e que encontres a paz que porventura nem estejas procurando. Ao longe, ficam as pessoas. No peito, carregam-se as lembranças. À frente, brilha o futuro. Teu!
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