Onde?

Acordou sem o despertador tocar. 10:00h. Pão, leite, nescau. O corpo doía. Das brincadeiras com o gato arqueou os lábios em sorrisos bobos. Perambulou pela casa, sentou no sofá, deitou. Tv com controle, nada. Cama. Som. Sono. Consciência. Na mesa da cozinha, papéis, canetas, xerox, livros, tarefas. Tudo automático. Deu por encerrado o expediente, largou os papéis e as canetas destampadas. Olhou no espelho, lápis preto ainda contornava os olhos como sombra. Resquíceos de si. No almoço tudo insosso, engoliu a comida, ruminava os pensamentos. Sofá. Tv com controle, 2, 19, 22, 24, 33, 36, 44, 52, 2, 19, 22, ... incessantemente. Banho com vontade de indigestão. Nenhuma lágrima, nenhum nada pelo ralo abaixo. Reinou com o gato novamente. Pôde ouvir suas penas, suas pulgas. Trocam olhares cúmplices mas nada em comum com seus próprios pesares. Organizou a semana sem ordem, fez estritamente o necessário. Jogou conversa fora com estranhos sem nunca falar consigo. Acendeu vela, rezou, deitou sem memória. Era segunda-feira quando o despertador tocou. 6:15h. Onde o domingo se meteu?

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