Tin, o que?

Professor, o que é tinqüina? Perguntou a menina do espaço.
Humm, tinqüina minha linda pequena menina do espaço é... é... ahhh...
O professor fazia caretas estranhas enquanto a menina olhava-o sem entender nada desses palavreados que não constam dos dicionários. Enquanto o professor se encontrava, a menina de raciocínio desenfreado cogitou pensar que tinqüina deveria ser um nome popular para os 13 pontos da loteria, ou palavrão disfarçado ou então seria um outro veneno da familia da "estriquinina"... E nesse vai e vem de pensamentos a menina se lembrou de uma musica velha que ouvia o pai cantar sobre um tal olhar de um certo alguém que matava mais do que carabina, que peixeira de baiano, atropelamento de artomóver e bala de revórver. Nessa cantoria ela se perdeu do professor e de suas explicações lógicas cheias de causa e efeito........

Onde?

Acordou sem o despertador tocar. 10:00h. Pão, leite, nescau. O corpo doía. Das brincadeiras com o gato arqueou os lábios em sorrisos bobos. Perambulou pela casa, sentou no sofá, deitou. Tv com controle, nada. Cama. Som. Sono. Consciência. Na mesa da cozinha, papéis, canetas, xerox, livros, tarefas. Tudo automático. Deu por encerrado o expediente, largou os papéis e as canetas destampadas. Olhou no espelho, lápis preto ainda contornava os olhos como sombra. Resquíceos de si. No almoço tudo insosso, engoliu a comida, ruminava os pensamentos. Sofá. Tv com controle, 2, 19, 22, 24, 33, 36, 44, 52, 2, 19, 22, ... incessantemente. Banho com vontade de indigestão. Nenhuma lágrima, nenhum nada pelo ralo abaixo. Reinou com o gato novamente. Pôde ouvir suas penas, suas pulgas. Trocam olhares cúmplices mas nada em comum com seus próprios pesares. Organizou a semana sem ordem, fez estritamente o necessário. Jogou conversa fora com estranhos sem nunca falar consigo. Acendeu vela, rezou, deitou sem memória. Era segunda-feira quando o despertador tocou. 6:15h. Onde o domingo se meteu?

Não pergunte por quê...

É finissíma a linha que separa a intenção das pessoas em te iludir da sua própria capacidade de se iludir.