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Por que é tão difícil achar as palavras certas?...


Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida.
Clarice Lispector

Entre mim

Às vezes eu falo pouco e muitas vezes eu falo demais. Algumas vezes nem deveria dizer o que eu disse e muitas vezes eu não disse coisas que eu gostaria. Eu sei, eu sei... às vezes me faço de surda pra não ouvir o que preciso e muitas vezes ouço mais do que deveria.. imagino mais do que poderia e chego a conclusões extremamente absurdas. Me sinto uma doida completa a maior parte do tempo que passo comigo.

para não esquecer

"Antes que venham ventos e te levem do peito o amor, este tão belo amor que deu grandeza e graça à tua vida, faze dele, agora, enquanto é tempo, uma cidade eterna e nela habita.

Uma cidade, sim. Edificada nas nuvens, não no chão por onde vais, e alicerçada, fundo, nos teus dias, de jeito assim que dentro dela caiba o mundo inteiro: as árvores, as crianças, o mar e o sol, a noite e os passarinhos, e sobretudo caibas tu, inteiro: o que te suja, o que te transfigura, teus pecados mortais, tuas bravuras, tuas enormes qualidades tudo afinal o que te faz viver e mais o tudo que, vivendo, fazes.

Uma cidade onde possas cantar quando o teu peito parecer, a ti mesmo, ermo de cânticos; onde possas brincar sempre que as praças que percorrias, dono de inocências, já se mostrarem murchas, de gangorras recobertas de musgo, ou quando as relvas da vida, outrora suaves a teus pés, brandas e verdes já não se vergarem à brisa das manhãs.

Uma cidade onde possa achar rútila e doce, a aurora que na treva dissipaste; onde possas andar como uma criança indiferente a rumos: os caminhos, gêmeos todos ali, te levarão a uma aventura só, macia, mansa e hás de ser sempre um homem caminhando ao encontro do que buscas.

Dono do amor, és servo. Pois é dele que o teu destino flui, doce de mando a menos que este amor, conquanto grande, seja incompleto. Falte-lhe talvez um espaço, em teu chão, para cravar os fundos alicerces da cidade.

Ai de um amor assim, vergado ao vínculo de tão amargo fado: o de albatroz nascido para inaugurar caminhos no campo azul do céu e que, entretanto, no momento de alçar-se para a viagem, descobre, com terror, que não tem asas. Ai de um pássaro assim, tão malfadado a dissipar no campo exíguo e escuro o que trouxe no bico e na alma para dar ao céu.

Ainda é tempo. Faze tua cidade eterna, e nela habita: antes que venham ventos, e te levem do peito o amor, este tão belo amor, que dá grandeza e graça à tua vida."

Thiago de Melo

Sabe ler?


Pra ler poesia é preciso

peito aberto amor perto

só assim se consegue

ler a vida nas linhas certas

do incerto!


Hoje

Não é difícil lembrar do dia em que, sem termos ao menos nos encontrado antes, acabamos dançando juntos e conversando até o sol aquecer o mundo. Esse, sem dúvida, é o dia físico, real, doze e treze mas, você entrou na minha vida muito antes que eu tivesse me dado conta de verdade, e essa é a parte que você não conhece. No cotidiano as coisas parecem ter pouca importância mas depois percebemos que elas já denunciavam algo novo, então, foi assim. Hoje eu me recuso a admitir que foi simplesmente obra do acaso. Esse será um texto cheio de digressões, lembranças, carregado de carinho e saudade...

Lembro-me da dor do meu braço quebrado, do enfermeiro querendo cortar minha calça jeans preferida com a tesoura e eu, brava reclamava com ele. Chorei enquanto todo mundo ia para a festa e eu esperava a radiografia no corredor do hospital. Lembro-me do frio que eu sentia em frente à geladeira do supermercado conversando sobre os vai e vens da vida, e, acabamos falando sobre você. Franzi a testa, não lembrava do seu rosto, mas concordei que você devia ser alguém que voltava com a mala cheia de experiências, de coisas pra contar, de postais, sabores, novidades e sentimentos. Lembro-me do telefone ocupado e da minha dúvida entre sair ou não naquele feriado frio de julho. Depois de insistências e acertos, fui.
Lembro-me do gosto da bebida. Lembro-me do DJ. Lembro-me da banda, mas não lembro da música que me uniu a você. Lembro-me de dançar, de virar pra cá e pra lá, de rirmos juntos. Lembro-me do toque da jaqueta, do cheiro do perfume, do gosto do beijo.
Lembro-me do número do seu telefone sussurado, lembro-me de mim hesitando em ligar.
Lembro-me da plenitude de ficar junto sempre que desse vontade
Mensagens, sorrisos, piadas, estórias de outro mundo, chaves que não encontravam a fechadura, sintonia, plástico de sofá, lágrimas, o filme preferido, copo do desenhos, músicas iguais na mente, paz de espírito, sorvete no jardim, conversas longas, carinho, gessadas e mais gessadas na cabeça e a sua grande ajuda pra amarrar o meu cabelo.
Lembro-me do coração disparado na hora da despedida, de dançar no quarto, do sapinho sorridente .Tudo de você ficou aqui, em cada cômodo da casa e da mente. Lembro-me da angústia dos dias sem notícias suas, da ansiedade em ver longe a data da volta, da felicidade ao ver dias de sol sem nuvens, que me lembravam você.
O perfume me pareceu tão real no sonho, o postal chegou tímido, os poemas cruzaram o oceano.
Alegria de alma quando eu soube da sua volta. Arrependimentos, lembro-me de nenhum.
Tenho teorias e crenças, tento achar explicações para tudo, mas muitas coisas são inexplicáveis pra mim. Acho que é esse o tal cassino da vida. Certezas não tenho. Tenho medos. Mas adoro saber que posso contar com você. Sei que falo demais. Falo o que sinto e sei que você me entende. Esquecer-me de você, nunca!

Do nada

Palavras ao vento. Sonhos desfeitos. Multidão. Choro sem pranto. Amor sem encanto. Palavrão. Você sempre assim. Tudo pra mim. Coração.

Descobertas

Eu não sabia que coçava tanto... A vontade de ver, sentir, contar... O nervosismo de esperar, chamar, mostrar.... A fome de dividir, beijar, sorrir ... Tudo se confunde em você tatuado em mim.

Salve!

Minha mãe sempre me surpreende. Com seu jeito quieto, de poucas palavras que quando resolver dar o ar da graça me ensinam muitas lições. E hoje nao poderia ser diferente. Sem dizer nada a ninguém, foi, fez, falou, pôs para fora todo o inconformismo, sua raiva, sua tristeza guardada há tempo por ver sua filha sofrer tanto. Fez. E fez com letra maíuscula, com vontade, com poder de mãe.Eu só agradeço porque ela conseguiu verbalizar meu descaso. Esta feito. Espero que o recado tenha sido muito mais que claro.

Obrigado Mãe

Propriedade particular

A curiosidade, a mania da fofoca, a síndrome da xeretisse e a falta de educação me deixam embasbacada....
Acredito que nunca mais será possível respirar sem ser interrogada, questionada, olhada de atravessado e invadida.
Onde está a compostura, a cerca, a polidez, o respeito, a placa de contramão, a trava e o freio?
Precisarei eu trancar os portões, fechar a cara, desligar o telefone, apagar a luz, esvaziar a piscina, cruzar os braços, amarrar os sapatos e sumir?
Será que ninguém é capaz de cuidar do próprio jardim, da própria vida, do próprio umbigo e do próprio rabo?
Mas não, meu senhor!!! É mais fácil acelerar o verbo, atropelar a barreira, invadir a privacidade e conturbar minha propriedade no único dia em que eu consigo falar comigo sem marcar hora, sem esperar na fila e sem pegar senha.
Por favor, calem-se e retirem-se todos, levem embora tudo o que trouxeram, inclusive suas carcaças corpóreas, suas mentes vazias, seus espíritos pobres. Privem-me completamente de suas risadas falsas, suas declarações inconsistentes, suas hipocrisias arraigadas, suas felicidades mórbidas.
Meu fígado agradece!

Pedido

Posso me sentar aqui e ficar quietinha até o dia raiar?

Repulsa

Eu não gosto de calangos, principalmente quando eles ficam de tocaia esperando que eu caia em suas armadilhas.

Argh.

Pergunta


Admirador

adjetivo e substantivo masculino
1 que ou o que admira, venera (alguém ou algo)
2 Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que sente e/ou manifesta grande paixão, amor por outrem, resultante de profunda admiração; adorador, apaixonado.(Dicionário Houaiss da lingua portuguesa - on line)

Que tipo é esse que vem sorrateiramente, observa, comenta ao longe, expressa seu desejo mas prefere o anonimato?

Rebeldia

Eu odeio dizer certas coisas quando eu queria dizer outras. Eu odeio ter que fingir um sorriso, um sim, fingir que não senti nada quando na verdade o corte foi tão profundo que a cicatriz não vai sarar nunca. Eu odeio ficar em cima do muro, sentar na graxa ou sentar e esperar. Eu odeio fazer as coisas achando que não há mal nenhum em fazê-las mas o mal existe e eu sou vítima dele. Eu odeio ter que admitir que mais uma vez eu me enganei a respeito de alguém e de muita coisa além. Odeio aceitar que o que eu vi ninguém viu, o que eu falei ninguém ouviu, mas quando eu contei todo mundo riu. Eu odeio pisar em ovos, medir as palavras, policiar meus sentimentos. Eu odeio filme de terror, filme pornô e esse filme holywoodiano de quinta categoria que minha vida se transformou. Por favor, não me venha com sinceridades ou piedades. Não diga que eu mudei, que o tempo mudou, não coloque a culpa nas estações do ano, nas estações do metrô, nas fases da lua, na conta do cartão de crédito. Eu me odeio até o dia amanhecer e eu descobrir que não estou na minha cama, aí só resta juntar os cacos de mim e correr porque é sempre assim em cada fim.

Rebelde sem causa, sem teto, sem par e sem amor.

Confessionário

Obrigado por estar por perto...
...Sempre que você quiser.

Eu sempre vou querer...
...E eu sempre estarei.

Amores

Algumas pessoas são muito importantes na vida da gente. Pai e Mãe são essenciais. Irmãos são primordiais. Amigos são vitais. Amores são fundamentais. Eles vêm, vão, ficam, eternizam, viram amigos, confidentes.
Alguns nos decepcionam não por eles, mas porque exigimos demais de nós mesmos, outros nos comovem, nos fazem rir ou chorar porque a pureza que têm dentro de si é enorme, nos encantam com um gesto simples, uma palavra doce, um olhar singelo um toque especial e somem. Mas nunca deixaram de ser amores. Amores que tratamos como irmãos, que queremos sempre por perto pra nos socorrer quando fazemos algumas burradas.
Amores que tratamos como amigos, que seguram nossa onda quando queremos fazer alguma burrada. Amores que tratamos como amores que não deveriam nunca deixar nossas vidas. Esses nos fazem feliz, enchem nossa vida de alegria, escancaram nosso sorriso, nos deixam de alma leve. Amores que são amores não provocam ciúmes nem ira, nem deixam a desejar, não são inocentes nem espertos, são simplesmente completos porque em algum momento nos completam, preenchem, combinam. Misturam tanto com a gente, com o cheiro, com a pele que chegamos a confundir que parte somos nós e que parte são eles.

Amores! Não quero só pra mim, quero pra ti e por nós.