Nova ordem

Eu arrumo gavetas, escolho papéis, revejo anotações, descarto o que não usei, tudo na tentativa de arrumar as coisas dentro de mim.
Tudo em silêncio. Um processo sagrado de vasculhar o meu eu e me encontrar.
Em algumas gavetas eu vou até o fim, me completo. Em outras desisto no meio, coloco tudo de volta ao mesmo lugar como se soubesse que ali nada há para ser feito. Nessas horas é fácil perceber que algumas coisas vamos carregar para sempre, sem ter coragem de nos desfazer delas. Outras, por outro lado, não acrescentaram nada e vão continuar sendo inúteis, ocupando espaço.
É preciso reestruturar-se, abrir-se para o novo entrar e fazer parte daquilo que hoje se é.
Tive receio de jogar fora algo que pudesse vir a precisar ai então respirei fundo e soltei-me, sem medo.
Afinal, é preciso acreditar que a vida sempre nos reserva um tempo, depois de qualquer batalha, para que possamos nos reestabelecer e iniciar uma nova fase. Nessa pausa, as lágrimas secam, o ar fica leve e as buscas cessam. Já se encontrou o que tanto se procurava.

Você.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em palavras...?