Última e Primeira

Diz-se na estória da Cinderela que a carruagem vira abóbora à meia noite... O tempo de acreditar em contos de fadas acabou e por mais que eu tente acreditar que não há motivos para as coisas serem entrelaçadas do jeito que são, parece-me que a física quântica ri enquanto eu finjo não ver que tudo descarregado aqui me leva à mesma direção.
É por isso que eu decidi, como tantas outras vezes, mudar de rumo... novamente. Desta vez sem deixar nem sapatinho de cristal nem rastros para trás. Vou-me. E não vou na tentativa de abandonar-te porque eu sei, e você, embora ria e finja que a física não existe, também sabe que não há como abandonar-se.
Vou apenas para poder dançar longe de tantos olhares. Por tantos caminhos tanto quantas vontades poderei seguir. Sem varinha de condão, sem antecipar futuros, sem pensamentos e sem intenção. Vou respirar do outro lado livre da idéia de que há sempre um único destino para todas as palavras. Só levo comigo tudo que na minha alma cabe e que na minha mala não pese. Enquanto do lado de cá logo de mim tudo se esquece.

Adeus. Vou escrever-me em outro lugar.
E assim foi feito.

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você
Ana Carolina

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