Era

Em outras épocas eu ia querer te escrever um livro. Iria reclamar, esbravejar, chorar. Iria fazer algo para que você visse o que andava acontecendo por aqui e por sua causa. Era sempre assim, era como fazer a ferida verter o que dói no corpo para poder cicatrizar.
Quando eu fico quieta, jogo você para dentro de mim. Lá no fundo eu sei o desconforto que você me causa e lá no fundo, em silêncio eu sei te anular. Agora é assim, é como fazer o anti-corpo destruir o que fere e recomeçar.
Prefiro deixar que você pense que as coisas ainda são da mesma forma. Quando eu falo você sabe o que eu penso, quando eu calo você nem sabe o que pensar. Logo você desaparece.
De quantos sentidos ainda restar.

Um comentário:

Marina disse...

Uau!

Estou espantada com a coincidência!
A diferença é que eu "vomitei" as últimas palavras antes de me calar para essa pessoa, para sempre...

Um brinde aos anti-corpos!

Beijo