você tem (1) nova mensagem

A arte de escreve e algo assustador visto do ponto de que cada letra agrupada traz a tona sentimentos e pensamentos que antes eram algo vasto e perdido na idéia, coisas que ninguem precisava saber.

Minhas palavras insistem em fazer confissões. Por exemplo agora, tento me conter em não dizer que estive pensando em você mas quando me dou conta, cá estão meus pensamentos revelados. Uma vez feito, não os detenho mais, são como agua de chuva ladeira abaixo.

Confesso que não sou boa com números e menos ainda com palavras. Eu prefiro balé.

Escrever nada mais é do que uma apresentação de balé.

Os dedos correm ordenadamente no teclado, com passos rigososos e ensaiados, uma vez ou outra um deslize, uma vez ou outra param pra descansar porém, posicionados e atentos prontos pra começar novamente ao comando do mestre pensamento.

Nesse balé datilográfico eu sou a melhor bailarina, danço por linhas e linhas, coreografo mil palavras, mas meu mestre exige perfeição absoluta, ele me analisa atentamente e quando eu penso que consegui sua total aprovação, ele sinaliza um não com a cabeça e me ordena a dar uma pirueta e parar serenamente sobre a tecla "backspace".

Em meio às minhas tentativas em te escrever, isso ja me aconteceu milhares de vezes, e a dança das palavras não se concretiza. Elas batem os pés, ou melhor os dedos, em sinal de teimosia e querem porque querem saber... Como você está? Quando volta pra gente conversar? O que tem feito?...

E eu tenho que fazer um esforço enorme para bloqueá-las. Elas vivem correndo atrás d'um ponto de interrogação - tem uma afeição doentia por esse coitado. São impiedosas, não descansam enquanto não posam para a foto alinhadas ao seu lado.

Você precisa ver a cara que o tal ponto faz toda vez que percebe que esta sendo seguido pelas implacáveis palavras, é literalmente uma cara de interrogacao... " ? ".

Entre confissões e delírios acho que vou finalizar essa apresentação dando um salto daqueles mortais na tecla "enviar" antes que o mestre apareça e me faça pular no "deletar" ou então descubra que nunca fiz balé na minha vida.

Até a próxima!

(set/03)


3 comentários:

Anônimo disse...

Na liturgia de seus atos, por entre frestas e barricadas a luz surge, como se querende desafogar.

Solte....-se!

Marina disse...

Lindo texto...
Me tocou de verdade!

Beijo pra vc!

Her Filho disse...

Suas palavras dançaram no palco da tela do meu monitor !
Uma bailarina das teclas... palavras !
Felicidades, Her !